domingo, 27 de março de 2011

Eu nasci

Não... não foi há dez mil anos atrás, mas posso dizer que nasci já tem um bom tempo... Vi, e infelizmente participei de muitos eventos, presenciei aqueles que muitos quiseram ver de perto, e outros que vários até hoje desejam nunca terem acontecido. Pois é, eu sou um ser pelo menos até agora... perpétuo. Já desde uns 500 anos, e olha que eu nem sei o porquê!

Sabe, sempre me perguntei se essa vida era uma maldição, até porque é muito triste acabar deixando pessoas que você ama ir, sabendo que você continuará, mas vi também que era bom... Não ver as pessoas indo, mas, sabe... ler algo num livro de história e saber exatamente como era, claro que imaginar como era também deve ser divertido, pois é, tudo tem seus altos e baixos.

As pessoas que sabiam desse meu... posso dizer problema? Não sei, bom, disso meu, me perguntavam como eu aguentava, como eu não me cansava, e sabe... eu dizia “vivo um dia de cada vez” parece bem aquilo de comercial de carro, pra você viver no limite, mas foi assim que eu aprendi, a deixar pra trás tudo que me fazia mal e começar a trazer coisas boas no dia seguinte.

Às vezes acho que sei demais, mas eu vejo que por mais que eu tente lembrar de tudo que eu vi, nem tudo era tão importante a ponto de ficar marcado. Até pro mais eterno ser, será que eu posso me entitular disso? Sei lá, nunca conheci ninguém pra falar “EEEI, VOCÊ VIVE HÁ MAIS DE 500 ANOS TAMBÉM? QUE COINCIDÊNCIA!” mas o que eu tava dizendo era a marca que cada momento deixa. Não preciso também ter que ficar coletando toda informação, de vez em quando é só um momento que acaba me marcando. Sabe, perepetuar, eternizar. Então acho que ainda tenho tempo pra pensar no meu epitáfio. Meio pesado isso né? Mas eu gosto de ser assim, finalizar tudo.

Irônico, não?

sábado, 12 de março de 2011

Esse tal de cotidiano

Sair na rua, seus afazeres, cortar o cabelo, comprar mantimentos, estudar, trabalhar, e essas coisas que a gente chama de cotidiano.
O dia-a-dia como outros chamam. É meio estranho pensar que está tudo tão planejado. Sabe, num dia você pode estar indo deitar pensando no que tem que fazer amanhã e um terremoto acaba abalando as estruturas da sua casa e você acaba desabrigado. Nos acomodamos na ideia de que tudo está sob nosso controle quando um simples incidente pode mudar todo o rumo dos seus planejamentos.

Às vezes você sai de casa pensando em toda sua rotina, e ela se segue completamente, mas quando você sai de casa com um propósito mas sem saber o que te espera, como uma viagem, você sabe que vai ter aquele gosto de novidade, e uma coisa você tem certeza, qualquer coisa pode acontecer, até o que não estava suposto a acontecer na viagem, pode acontecer.

A vida é tão espontânea que alguns já se preparam para terem surpresas. Mas alguns não esperam o bizarro, ou pior, não esperam o melhor, porque têm medo de se decepcionar. Não sei bem o que eu espero, queria ter algo definitivo, só que maioria das vezes evito criar expectativas, até porque qualquer mínima decepção que quebre uma expectativa, leva você junto.

Decepção, expectativa, são as palavras que nunca deixam de passar no meu pensamento durante o meu "cotidiano". Seria egoísmo demais falar "meu cotidiano"? Não sei, acho que tantas pessoas fazem parte dele que não tem como eu dizer que ele seja meu. Até pessoas que eu nunca vou saber o nome, fazem parte do meu cotidiano, mas não é essencial eu saber o nome dela até que seja essencial ela saber o meu.

Ou será que o cotidiano é de todos? Nossa, eu preciso sair de casa mais vezes...