sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Enternado

Uniformes, quando se usam uniformes, querem rotular, realmente escrever "Domínio privado" em você. O terno é o uniforme não oficial mais destrutivo de todos. Um dia em que você se encontra usando um terno para trabalhar, é o momento que você é uma marionete. Você está internado, ou melhor, enternado. Em termos mais simples, você não está vivendo. Pode parecer exagero, mas normalmente, quem se propõe a sair de casa todo dia vestindo um terno e arrumando o cabelo para conseguir seu próprio dinheiro não está fazendo mais do que ser uma ferramenta, implorando para que não seja dispensado.

Não digo para deixar de usar terno, mas quando você procura seguir o seu caminho, você alcança melhor os seus objetivos. Eu nunca fui um enternado para poder dizer ao certo a sensação, mas o que eu sinto quando vejo alguns, é uma certa prisão invisível.

A liberdade ser escrita no que se veste pode parecer superficial, mas de fato quando escolhem o que você terá que vestir para ser aceito, parece um tanto quanto dominativo, não acha?

Não seja um enternado, você pode viver, nem sempre é necessário um chinelo e uma bermuda, mas o social demais é ser um enternado. 

Um terno e tantos problemas, só eu pra ser tão exagerado.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Tá faltando

Sabe quando você quer falar algo, mas não sabe o quê? Você tem todos os complementos, tudo que envolve a frase, menos a essência? Pois é, sempre me falta isso nas horas mais importantes.

Ou pior, você quer começar algo, mas não tem o que falar? Sempre falta alguma coisa, e o pior, sempre que falta, acaba sendo o essencial. Mas partindo desse pensamento perfeccionista, tudo é essencial. Se tudo tem a chance de faltar, será essencial.

Imagine um prato de comida. Digamos que seu prato favorito seja bife, arroz, feijão e batata frita. Se um desses faltar, não será o "seu prato favorito". Quando você começar a pensar nisso, tudo acaba se tornando algo a considerar. Aí você vê que nunca consegue ser perfeito no que faz.

Quando eu escrevo um texto e penso que algo tá faltando, mas mesmo assim lanço ele, é meio que uma terapia contra essa vontade ter todo o essencial no lugar. Na medida.

Mas quando não tem nada faltando, acaba sentindo a falta da sensação de algo faltando. Ou pior, a sensação de que mesmo não vendo algo faltando, você tem que inventar algo pra poder falar que tá faltando. É o "pôr pra tirar".

Acho que faltou uma piadinha pra colocar aqui no final.